Crianças recrutadas pelo Estado Islâmico em uma imagem de televisão. |
O serviço secreto holandês vai abrir uma lista paralela de jihadistas na qual estarão crianças a partir dos nove anos, segundo confirmaram seus porta-vozes na quarta-feira. São os filhos de cidadãos que aderiram ao Estado Islâmico (EI), na Síria e no Iraque – às vezes famílias inteiras – e que recebem treinamento militar a partir dessa idade.
Além de aprender o uso de armas e de ensaiar execuções, devem jurar lealdade a Abubaker al Baghdadi, o autoproclamado califa Ibrahim. Por isso, as autoridades consideram seu possível retorno como um risco para a segurança nacional. Até o momento, 250 pessoas viajaram para a Síria da Holanda. Neste grupo, há 60 mulheres e 70 crianças identificadas, um terço deles nasceu no país europeu, nas palavras de Rob Bertholee, chefe da espionagem holandesa, que não especificou se continuam no Oriente Médio.
Ao contrário dos meninos-soldados, recrutados à força e às vezes forçados a matar seus próprios parentes (em países como a República Democrática do Congo), essas crianças deixaram sua casa com seus pais. Os menores são radicalizados e instruídos desde pequenos na versão mais rigorosa do Islã. Aos 13 anos, são levados pelo grupo terrorista para a frente da guerra, de acordo com os serviços de inteligência. Seus conhecimentos militares equivalem aos de um adulto treinado, e seu estado emocional é diferente do resto da sua geração que ficou na Holanda. Os dois elementos constituem um perigo, de acordo com especialistas, e complicam sua possível recuperação em caso de retorno. Segundo o jornal De Volkskrant, esta lista paralela será compartilhada com outros países.
Com informações do El País.
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