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Com discurso quatro anos atrasado, Moro se lança à presidência

(Reprodução)

O ex-juiz Sergio Moro lançou sua pré-candidatura à Presidência da República nesta quarta-feira com um discurso velho, que serviria a um Brasil de quatro anos atrás. Na fala durante seu ato de filiação ao partido Podemos, o ex-juiz da operação Lava Jato deu maior destaque ao combate à corrupção do que a outros temas que, atualmente, preocupam mais a população brasileira.

Em 50 minutos de discurso, Moro citou 19 vezes as palavras corrupção ou anticorrupção. Enquanto que outros temas que são preocupações prementes dos cidadãos foram muito menos abordados. O ex-ministro falou da pobreza oito vezes. Economia apareceu quatro vezes em sua fala. Saúde e inflação, 3 vezes cada. E fome, apenas duas. As falas vão no sentido contrário do que esperam os eleitores. Pesquisa Genial Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra que para 48% da população, o principal problema do país é a economia. Na sequência aparecem a pandemia de coronavírus (17%), problemas sociais (13%) e só então vem a corrupção (9%).

Em nenhum momento, o ex-juiz da Lava Jato tratou na sua fala o fato de ter sido considerado parcial pelo Supremo Tribunal Federal para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e retirá-lo das eleições de 2018. Tampouco tratou das denúncias reveladas pela Vaza Jato, que mostram uma ação articulada entre ele, enquanto magistrado, e os procuradores que atuavam na operação.

A filiação de Moro ao Podemos ocorreu em um auditório ocupado por cerca de 700 pessoas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Aparentemente, a maioria dos presentes era de classe média, branca e estava bem dividido entre homens e mulheres. Poucos negros ocupavam o auditório. Entre representantes da classe política, estava a linha de frente de antigos bolsonaristas, como os deputados Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP), Junior Bozella (PSL-SP), os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), e o ex-candidato ao Governo do Distrito Federal o general Paulo Chagas. Também estava neste grupo o empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ), suplente do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Durante todo o momento, ele leu o seu discurso em um teleprompter. Só escapou do roteiro uma vez, quando foi provocado pelo público, após dizer que era necessário dar um basta em mensalões, petrolões e rachadinhas. E emendou: “Chega de orçamento secreto!”. Era uma referência às emendas ao Orçamento geral da União em que parlamentares indicam anonimamente onde o recurso público deve ser investido. O ex-ministro não concedeu entrevista coletiva.

Por ora, levando em conta o que falou na sua filiação, ele não será tão ouvido assim. Se sua candidatura não vingar, não obtiver os apoios esperados da classe política, Moro poderá concorrer ao Senado Federal pelo Paraná. Isso ainda estaria pendente de um acordo com o senador Álvaro Dias, que, a princípio, concorreria à reeleição.

(El País)

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