Pular para o conteúdo principal

A PEC dos Precatórios é polêmica e divide opiniões; entenda



 Aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados durante a madrugada desta quinta-feira (4), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios contou com votos não apenas de governistas, mas de deputados da oposição, como PDT e PSB. Com base nessa aparente contradição no discurso, uma vez que a PEC serve somente tanto para viabilizar o Auxílio Brasil como abre caminho para furar o teto de gastos e jogar recursos na campanha eleitoral de 2022, as mídias sociais se movimentaram contra esses deputados e o tema virou um dos assuntos mais comentados no Twitter logo cedo.

“Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional”, disparou Ciro no Twitter.

Dos 24 deputados que compõem a bancada pedetista, 15 votaram a favor da PEC, totalizando 62,5% dos parlamentares. O PSB, que se organiza para apoiar o ex-presidente Lula nas eleições do ano que vem, viu 10 de seus 32 parlamentares votando pela PEC.

Ao todo, a PEC recebeu 312 votos favoráveis e 144 contrários. Eram necessários 308 votos para a aprovação do projeto, que retorna ao plenário nos próximos dias para uma nova rodada de discussões.

Apelidado de “meteoro” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, os precatórios são dívidas judiciais da União com pessoas físicas e jurídicas. Muitas dessas pessoas são funcionários públicos como professores, funcionários da Saúde e servidores do baixo escalão do Estado brasileiro. A PEC propõe o parcelamento das dívidas que deveriam ser pagas no ano que vem, um valor que chega a quase R$ 90 bilhões para o ano que vem.

A finalidade da PEC é puramente eleitoral, uma vez que o novo programa de transferência de renda do governo está com prazo de vencimento e será encerrado logo após o calendário eleitoral do ano que vem.

Tributarista, o advogado do escritório Marcelo Tostes Advogados, João Paulo Linhares Rocha, pondera que ao adotar uma medida deste tipo, o governo fere sua credibilidade fiscal junto aos investidores.

“Os precatórios são dívidas obrigatórias e, por isso, seu parcelamento apenas prolonga o crédito que está em débito ao credor. Ao passar a mensagem de que não consegue arcar com as dívidas, o país põe em xeque sua credibilidade fiscal no exterior, a confiança dos investidores e a sua própria sustentabilidade financeira”, disse Rocha em nota.

Ele acredita que uma alternativa para resolver a questão seria o pagamento dos precatórios à vista, porém com desconto, item presente na Constituição dos precatórios acima de determinados valores – justamente o que o governo quer prorrogar.

Uma projeção feita pela Comissão de Precatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), indica que a dívida pública pode chegar a R$ 1,5 trilhões até 2036 se o governo seguir jogando os pagamentos para frente.

(msn)

Comentários

Postagens mais lidas

POLÍTICA: Teich não quis virar a versão bolsonarista de Harry Shibata, o médico legista da ditadura

Harry Shibata, o legista da ditadura Nelson Teich pediu demissão nesta sexta-feira após um processo de fritura que incluiu seu linchamento pelas milícias virtuais. Ex-ministro Nelson Teich Foi “o dia mais triste” da sua vida, definiu. “Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina”. Bolsonaro defende o medicamento de maneira doentia, sem qualquer base científica. Há interesses econômicos — a Apsen, empresa farmacêutica que produz o medicamento, é de um empresário bolsonarista chamado Renato Spallicci. Há também uma necessidade doentia de tentar encontrar uma “cura” e o presidente da República ser o milagreiro. Bolsonaro pôs a faca no pescoço de Teich. “Votaram em mim para eu decidir. Acredito no trabalho dele, mas essa questão eu vou resolver”, disse o presidente Bolsonaro (psicopata) numa live com empresários. Teich havia escrito no Twitter que “a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com bas...

Dissimulada: Deputada vota pelo fim da corrupção, e horas após marido foi preso pela Polícia Federal

SIM, SIM, SIM (pela corrupção) . Deputada Raquel Muniz. O prefeito de Montes Claros, em Minas Gerais, Ruy Adriano Borges Muniz (PSB), foi preso na manhã desta segunda-feira, em Brasília, numa operação da Polícia Federal. O parlamentar estava na cidade acompanhando a mulher, a deputada Raquel Muniz (PSD), que votou a favor do impeachment da presidente Dilma na votação deste domingo, e mencionou que o marido era um exemplo “de que o Brasil tem jeito”. Durante seu discurso, a parlamentar citou o marido. “Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão. Meu voto é por Tiago, David, Gabriel, Mateus, minha neta Julia, minha mae Elza. É pelo norte de Minas, é por Montes Claros, é por Minas Gerais, é pelo Brasil. Sim, sim, sim”, disse. Prefeito Ruy Adriano Muniz (PSB) de Montes Claros preso em Brasília Se condenado, prefeito pode pegar 30 anos de prisão A Polícia Feder...

Dez anos depois, nadadora inverte os papéis é dá autógrafo a seu ídolo, Michael Phelps

"10 anos atrás: Uma garota de nove anos chamada Katie Ledecky conseguiu um autógrafo de Michael Phelps" (Credito: Família Ledecky) "Vice-versa: Katie Ledecky e Michael Phelps recriam a famosa foto em papéis opostos" Quanto a estadunidense Katie Ledecky tinha 9 anos, ela admirava um jovem nadador chamado Michael Phelps. E em um evento promocional, ela conseguiu encontrar seu ídolo e tirou uma foto com ele, de sorriso aberto, além de pedir um autógrafo em um pôster. Dez anos depois, consagrada, com quatro medalhas de ouro e uma de prata no Rio, Ledecky voltou a tirar uma foto com seu atleta favorito. Desta vez, no entanto, foi ele, Michael Phelps, quem pediu um autógrafo. A imagem deste bonito gesto entre os dois nadadores, agora trocando os papéis de ídolo e fã, foi feita apenas cinco dias depois que a foto original ficou popular no Twitter. A imagem, compartilhada pelo jornalista esportivo Darren Rovell foi retwitada 28 mil vezes desde o dia 10 de agost...

'Todo mundo na bandeja para ser comido', diz Jucá sobre integrantes do PSDB

Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados Em conversa sobre a Operação Lava Jato e investigações sobre políticos, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, comentou que o PSDB está 'na bandeja para ser comido'. O diálogo com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi revelado pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (23). O ministro ainda fala em "estancar a sangria" ao comentar a Operação Lava Jato (veja mais). Durante a conversa, Jucá afirma que a situação é de "acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com...". "Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já", complementa Machado. Em resposta, o ministro diz que a ficha já caiu para "todos eles" e cita o ministro das Relações Exteriores, José Serra, além dos ministros Aécio Neves e Aloysio Nunes. "Todo mundo na bandeja para ser comido", diz o senador. "O primeiro a ser comido vai ser o Aéci...

NOVO CORONAVÍRUS: Trabalhadores desinfectando calçadas sem EPIs adequados, correm riscos em Jequié

A prefeitura municipal de Jequié (BA), através da Secretaria de Comunicação (SECOM), divulgou na última sexta-feira (27), matéria no próprio site, imagens de homens trabalhando, lavando e desinfectando pontos de ônibus e calçadas por conta do coronavírus. O que chama a atenção é a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), p elas fotos divulgadas é possível notar a falta de alguns equipamentos essenciais para a segurança dos trabalhadores que ficam expostos aos mais variados tipos de infecções contagiosas. Sem dúvida o trabalho de desinfecção dos locais públicos é muito importante, tendo em vista que o novo coronavírus tem se mostrado altamente contagioso. Portanto, a observância com os cuidados e segurança dos trabalhadores se faz necessário ante a ameaça que nos cerca, é por tal razão que o Ministério do Trabalho e Emprego preconiza a NR-06, norma que trata da segurança do trabalhador.