O presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) disse na última terça (12), em entrevista à rádio Jovem Pan, que não vai se vacinar contra a Covid. A decisão seria por ele já ter sido infectado pelo coronavírus no passado e, portanto, ter anticorpos contra o vírus.
Em fala anteriores, Bolsonaro afirmara que se vacinaria somente após o último brasileiro receber o imunizante contra Covid.
"Eu decidi não tomar mais a vacina. Eu estou vendo novos estudos, a minha imunização está lá em cima, para que vou tomar a vacina? Seria a mesma coisa que você jogar R$ 10 na loteria para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso", disse.
Os estudos científicos mostram, porém, que a proteção conferida pela vacinação tende a ser maior do que a obtida após uma infecção natural.
Estudos produzidos nos Estados Unidos com as vacinas de RNA mensageiro da Moderna e Pfizer, tecnologia que ofereceu a maior proteção contra a Covid nos ensaios clínicos, apontam que a imunidade pode durar anos.
Além disso, pesquisas que avaliaram os tipos e a duração da resposta imunológica gerada após uma infecção natural demonstraram elevadas taxas de anticorpos anti-Sars-CoV-2 nos primeiros meses, mas com um decaimento natural até oito meses pós-infecção.
Já a resposta dada pelas chamadas células de defesa, como os linfócitos T e as células CD8, responsáveis por combater o vírus, parece durar por mais tempo, embora não seja possível medi-la com exames sorológicos de rotina.
Esperar uma imunidade coletiva natural por infecção pode, além de ter uma consequência direta sobre novas hospitalizações e mortes, levar a uma proteção naqueles que se recuperam mais baixa do que nos indivíduos vacinados. Há ainda os efeitos da chamada Covid longa, que são muitas vezes imprevisíveis e desconhecidos até meses depois da suposta recuperação.
(msn)
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