A lava do vulcão Cumbre Vieja, da ilha espanhola de La Palma, que segue continuamente para o mar, formou uma língua de mais de dez hectares de superfície, calculou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) nesta quinta-feira, 30.
"A estimativa é que já passa dos dez hectares", disse à AFP o porta-voz do Involcan, David Calvo, acrescentando que a instituição fará uma medição mais exata com drones nas próximas horas.
O fluxo de lava do Cumbre Vieja, em erupção há 11 dias, chegou ao mar na madrugada de quarta-feira, 29, após percorrer em torno de seis quilômetros. Devastou tudo em seu caminho.
Desde então, com o vulcão expelindo material sem parar, a cascata de lava continua a desaguar no Oceano Atlântico. O delta em formação continua em crescimento.
Embora não tenha provocado vítimas, a erupção destruiu 855 construções, de acordo com o sistema europeu de medição geoespacial Copernicus.
A erupção também levou 6.000 pessoas a abandonarem suas casas nesta ilha de 85.000 habitantes. Além disso, o cultivo de banana, sua principal atividade econômica, foi gravemente afetado.
A lava chegou ao mar sem produzir, até o momento, os efeitos mais temidos, como explosões, ou ondas de água em alta temperatura, embora estejam sendo liberados gases potencialmente tóxicos.
"A água do mar está pouco acima de 20 graus, e este magma está acima de 1.100 graus, com o que obviamente ocorre uma mudança repentina: o magma se solidifica e grandes quantidades de água do mar evaporam, o que gera as nuvens que têm cloro", explicou à AFPTV Arnau Folch, vulcanologista do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC).
Para evitar um possível impacto dos gases tóxicos entre a população, a administração de La Palma mantém os bairros de Tazacorte, município onde a lava chegou ao mar, em confinamento desde segunda-feira.
Também criou uma zona de exclusão de 3,5 quilômetros ao redor em terra e e de 2 milhas náuticas no mar.
(AFP/ A Tarde)
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