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Covid-19: Declaração de óbito da mãe do empresário Hang foi fraudada, diz dossiê

 

(Empresário Luciano Hang/ Foto: Reprodução)


O dossiê entregue à CPI da Covid, elaborado por 15 médicos que teriam trabalhado para a operadora de saúde Prevent Senior, aponta que a declaração de óbito da mãe do empresário Luciano Hang, Regina Hang, teria sido fraudada. A dela e a do médico negacionista Anthony Wong.

Regina Hang morreu em fevereiro, aos 82 anos, no hospital Sancta Maggiore, de propriedade da operadora, em São Paulo. De acordo com os profissionais, a suposta fraude na declaração de óbito seria mais um entre os “inúmeros casos que não foram devidamente noticiados” relacionados à covid-19 e está no capítulo “Da suposta fraude nas declarações de óbito” do dossiê.

Na sessão desta quarta-feira, na CPI da Covid, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), abordou o caso de Regina Hang com a exibição de um vídeo no qual o empresário afirma que sua mãe poderia ter sobrevivido caso tivesse feito o chamado “tratamento precoce”. O parlamentar qualificou o comportamento do empresário como “macabro” e “repugnante”.

— Há uma farsa que será desmascarada aqui. Vamos provar que ele pediu: ‘Escondam que minha mãe foi tratada com cloroquina, para não desmerecer a eficácia’. Ele a levou para ser tratada no hospital com cloroquina, e a Prevent Senior ocultou isso — declarou o relator.

Já o senador Otto Alencar (PSD-BA), que presidia a sessão no momento, chamou Hang de “filho desalmado”, por considerar que o empresário usou a morte da mãe para promover o “tratamento precoce”. O diretor da Prevent Senior, Pedro Benedito, reiterou que não comentaria casos de pacientes, alegando sigilo médico.

Pacientes da operadora teriam sido assediados para aceitar o tratamento precoce. Um deles sequer tinha contraído a covid-19, mas chegou a receber em casa remédios do “kit covid”. O paciente, idoso, morreu logo depois.

No caso de Anthony Wong, ele também foi medicado com o “kit Covid”. O médico pediatra Anthony Wong morreu em janeiro deste ano, aos 73 anos, e foi um dos participantes do “estudo” da Prevent Senior, que testava medicamentos sem eficácia em seus pacientes. Entretanto, a revista Piauí aponta que o atestado de óbito de Wong escondeu dados da internação e a contaminação pelo vírus.

A versão oficial da família e da Prevent Senior é que Wong faleceu após uma parada cardiorrespiratória, após ser internado com úlcera gástrica. Porém, a reportagem da jornalista Ana Clara Costa, da revista mensal Piauí, publicada nesta quarta-feira, mostra que os dados da internação do pediatra foram omitidos, e ele foi internado com sintomas de covid-19.

De acordo com o prontuário médico obtido pela Piauí, o médico autorizou a ser medicado com o “kit Covid”, dentro do hospital Sancta Maggiore, pertencente ao grupo Prevent Senior. Sem melhora, Anthony Wong foi entubado em novembro, sob responsabilidade da médica Nise Yamaguchi, que estava afastada do hospital Albert Einstein.

O médico também fora infectado por uma pneumonia bacteriana que não cedia à medicação aplicada e era outra consequência da covid-19, pois a respiração mecânica oferece o risco de infecções bacterianas. A infecção resultou num choque séptico, provocou a falência dos órgãos e uma parada cardiorrespiratória.

Em março deste ano, dois meses após a morte de Anthony Wong, havia informações de que o médico morreu por causa do coronavírus. De acordo com o prontuário, 123 funcionários do Sancta Maggiore prestaram atendimento ao pediatra e mantiveram sigilo sobre o tratamento precoce, tratamentos experimentais e a causa da morte do paciente.

A reportagem aponta ainda que, no dia 15 de janeiro, data da morte de Wong, o prontuário relatou uma troca de orientações entre a médica Fernanda Igarashi, que assina o atestado de óbito, e seu chefe Fernando Pinho Esteves, coordenador médico da Prevent Senior. Segundo as comunicações do documento, há uma “hierarquia”: as decisões eram de Yamaguchi, mas executadas, na ponta, por Igarashi, sob orientação de Esteves.

Um dossiê entregue por médicos da Prevent Senior à CPI da Covid aponta que o plano de saúde ocultou mais mortes de pacientes que participaram do “estudo” para testar a eficácia da hidroxicloroquina para tratar a covid-19. Ao todo, nove pacientes morreram, mas só dois foram informados.

(Correio do Brasil)

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