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Líderes do centrão e aliados de Bolsonaro foram determinantes para derrota de voto impresso

(Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)

A análise do mapa da votação que rejeitou nesta terça-feira (10) a adoção do voto impresso mostra que os dois principais partidos do centrão, PL e PP, foram cruciais para enterrar na Câmara a bandeira de Jair Bolsonaro, também pretexto para seus discursos golpistas.

 Apesar de serem aliados do presidente da República, as duas siglas deram apenas 27 votos a favor da medida, um terço de suas bancadas. Outros 36 deputados dessas duas legendas votaram contra e 18 se ausentaram, o que, na prática, contou como voto contário à PEC. Ou seja, se PP e PL tivessem se mobilizado totalmente a favor do voto impresso, a medida ficaria bem mais próxima de ser aprovada -em vez dos 79 votos a menos (uma PEC precisa de 308 ou mais votos), faltariam apenas 25.

O PP lidera o centrão e tem a Casa Civil, comandada pelo presidente da sigla, o senador Ciro Nogueira. A Câmara também é presidida pelo partido, com Arthur Lira (PP-AL), que nesta terça afirmou esperar que esse assunto esteja encerrado entre os deputados. Nos bastidores, o centrão nunca se envolveu de corpo e alma na defesa do voto impresso, considerando essa uma bandeira dos bolsonaristas radicais. Na reta final da discussão, ainda pesou contra o agravante de Bolsonaro intensificar o discurso contra os Poderes.

Em junho, presidentes de 11 legendas se reuniram e fecharam acordo para votar contra a medida. Nesta terça, porém, PSDB, MDB e DEM se dividiram. Os tucanos deram 14 votos a favor da medida, mais do que os que votaram contra (12). Cinco se ausentaram, e Aécio Neves (MG) foi o único a se abster, o que, na prática, contou como voto contra.

MDB e DEM deram 28 votos a favor da medida e 33 contra (entre faltosos e votos não). O PSD de Gilberto Kassab pendeu mais para o lado do voto impresso -20 votos a favor da medida e apenas 15 contra (entre votos não e faltosos). 

Dirigentes partidários atribuíram boa parte dos votos favoráveis à PEC à pressão de integrantes do governo e de bolsonaristas. Segundo eles, houve forte ofensiva via redes sociais e mensagens de WhatsApp para convencer os parlamentares a aprovarem o texto.

O Repúblicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, foi uma das siglas grandes que mais apoio deram à medida. Foram 26 votos favoráveis e apenas 3 contra e 3 faltosos. O PSC, também ligado aos evangélicos, votou fechado (11 deputados) a favor da medida.

A oposição votou contra, como era esperado, em especial PT, PSOL e PC do B. Em duas siglas desse campo, houve apoio maior ao voto impresso, no PDT e PSB.

No PDT, partido em que o voto impresso era uma bandeira histórica, apenas seis dos 25 deputados foram favoráveis à PEC. Os demais votaram contra, em resposta à polarização e à apropriação do tema pelos bolsonaristas.

(Folhapress)

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