FÁTIMA HOLANDA / SECRETARIA DA SAÚDE DO CEARÁ |
Epicentro do coronavírus no Nordeste e em situação de emergência pela alta incidência da covid-19, o Ceará esgotou a sua capacidade de receber novos pacientes que necessitem de tratamento intensivo. Segundo confirmou a Secretaria da Saúde do Estado nesta quinta-feira, 100% dos leitos de UTI estão ocupados ―seja pelo coronavírus ou por outras doenças. Há leitos de enfermaria disponíveis, mas o Estado, que havia anunciado o plano de criar 800 novos leitos até junho, tem enfrentado dificuldade para comprar respiradores em meio à disputa global por insumos médicos provocada pela pandemia.
A região de saúde de Fortaleza, que abrange a capital e algumas cidades metropolitanas, é a que tem maior incidência da doença por milhão de habitantes do país. E a segunda no coeficiente de mortalidade. Na noite desta quarta-feira, o Governo do Estado publicou um documento no qual projeta que 250 mortes podem ocorrer diariamente a partir do dia 5 de maio, caso o comportamento se mantenha. O estudo compara dados de óbitos do Ceará, do Brasil e de outros países em estado avançado da infecção, que têm experimentado elevada mortalidade pela pandemia, como Estados Unidos, Itália e Coreia do Sul.
Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, o Ceará tem 2.157 casos confirmados de coronavírus e 116 mortes. O Estado decretou medidas de isolamento social antes mesmo de São Paulo, que concentra o maior número de casos absolutos no país.
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