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Oficiais-generais ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo avaliaram que o governo de Jair Bolsonaro terá dificuldades de se levantar após a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça. Eles se disseram "perplexos" e "chocados" com as declarações do ex-juiz da Lava-Jato, que acusou o presidente de interferência na Polícia Federal e fraude.
Um dos militares disse que Bolsonaro virou um "zumbi" — comparando-o a Michel Temer após a denúncia de Joesley Batista que quase o derrubou - e Moro saiu ainda maior na sua condição de "ícone" da nova política.
"Tudo tem limite", afirmou um dos ouvidos. Outro disse que o presidente cometeu "suicídio" e não recupera mais seu capital político.
O tamanho do problema ainda está sendo avaliado, mas todos afirmaram que as consequências são "imprevisíveis".
O que joga principalmente contra Bolsonaro, neste momento, é a credibilidade de Moro. Portanto, mesmo que o governo ou o Palácio tente exigir que o ex-juiz da Lava-Jato prove o que falou, a credibilidade do ex-juiz e o seu comportamento têm peso muito mais forte.
Alguns oficiais-generais chegaram a lamentar que estejam no governo "até o pescoço" e, agora, não sabem ainda como sair dessa encruzilhada.
A situação toda é muito delicada, eles disseram, e que a demissão de Moro e a forma como ela ocorreu colocam o Congresso e a sociedade em um debate sobre um impeachment do presidente. Para eles, um processo de afastamento seria um caminho "longo" e "difícil".
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