Pular para o conteúdo principal

Ex-capitão Adriano foi morto com tiros a pelo menos 1,5m de distância

O miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto por dois tiros de fuzil, de no mínimo um metro e meio de distância, e chegou ao Instituto Médico Legal (IML) de Alagoinhas, a pouco mais de 135 quilômetros de distância de Salvador, com os dois pulmões destruídos e o coração dilacerado. Os detalhes foram divulgados na tarde desta sexta-feira, 14, na sede do Departamento de Polícia Técnica, em Salvador.

"Eram dois disparos de arma de fogo. Teve um primeiro, que passou por baixo do peito, saiu rasgando o pescoço, e entrou na submandibular. Eu encontrei o projétil na região do pescoço. O segundo foi na região da clavícula. Esse aqui entrou e saiu nas escápulas. Essas foram as lesões provocadas por armas de fogo", explicou Alexandre.

Pela primeira vez depois da morte de Adriano, o médico responsável pela autópsia do corpo, Alexandre Silva, perito médico legista, deu detalhes sobre o estado do miliciano. A entrevista coletiva reuniu, também, o diretor do IML, Mário Câmara, e Elson Jefferson Neves da Silva, diretor geral do DPT-BA.

O caminho das balas

Os tiros foram de fuzil, determinou a autópsia, mas o calibre ainda não foi determinado. O laudo parcial divulgado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) ainda aponta seis fraturas nas costelas.
Foto: Wilton Junior / Estadão Conteúdo
Os peritos negaram, diversas vezes, que o disparo tenha ocorrido numa distância de menos de um metro e meio. "Se você pega um fuzil calibre 762, por exemplo, bota perto da mandíbula, vai ter mandíbula para tudo que é lugar", afirmou Mario. Logo depois, comparou: "Assistam ao assassinato de John Kennedy, explodiu a cabeça dele, isso o sujeito [o assassino] lá longe".

Não se sabe quanto tempo, exatamente, Adriano ainda conseguiu sobreviver depois dos disparos. Mas acredita-se que, pelo menos, de 10 a 15 minutos. "É por isso que muitos policiais atiram até derrubar. O cérebro continua vivo", tentou justificar Mario. Depois, o corpo do miliciano foi levado para o IML de Alagoinhas, a 72 quilômetros de Esplanada. A liberação aconteceu no dia seguinte e não se sabe, depois da retirada pela família, onde ele está. É o que afirmou a SSP-BA ao Estadão. A família tentou autorização para cremar o corpo, mas a Justiça negou, na última terça, 12.

O perito também encontrou uma área de equimose avermelhada no peito e uma lesão "cortocontusa" na testa - atrito que machuca e corta, como quando uma pessoa recebe uma forte cotovelada ou um murro por exemplo. As equimoses são causadas por vasos rompidos, abaixo da derme (camada mais superficial da pele), causada por uma superfície, quando Adriano ainda estava vivo. "Foi de forma passiva ou ativa? Não sei. Isso foi antes dele morrer", pontuou Mario. "Ele bateu, provavelmente, em alguma quina", complementou.

'Suposto perito'

Os peritos evitaram calcular a distância exata do tiro. Disseram que é "impossível" prever a distância, exceto se conseguirem recuperar a arma que fez o disparo, usarem munição similar e disparar contra um alvo repetidas vezes até que se faça uma marca igual na "zona de tatuagem" - causada pela absorção de partículas de pólvora que atingem o corpo da pessoa atingida por um tiro.

No entanto, Mario reforçou, quase em todas as respostas, que a distância está mais para "longa" - de um metro e meio a dois - que "curta". Foi ele quem respondeu a maior parte das perguntas dos jornalistas. Elson Jefferson Neves da Silva, diretor geral do DPT-BA, disse que peritos não são acostumados - nem devem ser - a dar entrevistas. Mario fez questão de criticar os legistas entrevistados pela Veja.

"Na minha opinião, emitiram opinião de forma leviana. O ideal é ver o corpo, nós fizemos o ideal, o perito fez o ideal, levantou prova material".

O diretor geral do DPT frisou que a perícia técnica não leva em consideração nenhuma opinião de terceiros, como entrevistas a policiais, quando questionado por jornalistas. Não foram informados outros detalhes além da perícia, como se Adriano foi encontrado com algum pertence ou dinheiro. "Eu analiso o que vejo", disse Elson. Ainda restam três laudos - como o de balística - serem divulgados, mas nenhum dos peritos estipulou prazo.


Fonte: terra

Comentários

Postagens mais lidas

SAÚDE: Erradicação do sarampo até julho deste ano é meta do MS

Reprodução O Ministério da Saúde estipulou como meta erradicar o sarampo até julho deste ano. A declaração do secretário de Vigilância em Saúde (SVS) do ministério, Wanderson de Oliveira, ocorreu nesta sexta-feira (14), após a morte de uma criança de 9 anos no Rio de Janeiro. “Nossa meta é eliminar com o sarampo até 1º de julho de 2020. Para isso temos que ter adesão da população e dos gestores estaduais e municipais”. O ministério lança neste sábado (15), o Dia D de vacinação contra o sarampo. O secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, lamentou a morte da criança e acrescentou que a fatalidade serve de alerta para os pais e responsáveis vacinarem as crianças. “A morte dessa criança, tragicamente, é o maior alerta que a gente pode fazer para que os pais levem as crianças aos postos de saúde do Brasil inteiro para fazer a vacina”. A campanha, cujo Dia D será amanhã, tem como público-alvo pessoas de 5 a 19 anos, mas, após a morte no Rio de Janeiro, o chefe da SVS incent...

Jequié: Sérgio Mehlem deixa o comando da Secretaria Municipal de Cultura

Sergio Mehlem entrou na ‘guilhotina’ (foto Giicult) A prefeita Tânia Britto oficializou com data de 3/11 através do decreto  nº 14.572/2014 a segunda exoneração no primeiro escalão do governo, pós eleições. Desta feita deixa o cargo de Secretario da Cultura e Turismo, Sérgio Mehlem. Anteriormente já havia sido exonerado da Administração, o ex-secretário Luis Carlos Moura. Mehlem vinha sofrendo intenso bombardeio da classe artística pela gestão da pasta e na Câmara Municipal havia sido aprovada convocação feita pelo vereador Joaquim Caires (PMDB), para que ele apresentasse em audiência pública no legislativo um detalhamento dos gastos praticados com a realização do São João da cidade, nos anos de 2013 e 2014. O ex-secretário ainda não havia respondido à convocação. O nome do substituto ainda não foi anunciado.  Em nível de especulações há quem garanta que novas exonerações deverão ocorrer nos próximos dias. (Do Jequié Repórter)

NOVO CORONAVÍRUS: Trabalhadores desinfectando calçadas sem EPIs adequados, correm riscos em Jequié

A prefeitura municipal de Jequié (BA), através da Secretaria de Comunicação (SECOM), divulgou na última sexta-feira (27), matéria no próprio site, imagens de homens trabalhando, lavando e desinfectando pontos de ônibus e calçadas por conta do coronavírus. O que chama a atenção é a falta de equipamentos de proteção individual (EPI), p elas fotos divulgadas é possível notar a falta de alguns equipamentos essenciais para a segurança dos trabalhadores que ficam expostos aos mais variados tipos de infecções contagiosas. Sem dúvida o trabalho de desinfecção dos locais públicos é muito importante, tendo em vista que o novo coronavírus tem se mostrado altamente contagioso. Portanto, a observância com os cuidados e segurança dos trabalhadores se faz necessário ante a ameaça que nos cerca, é por tal razão que o Ministério do Trabalho e Emprego preconiza a NR-06, norma que trata da segurança do trabalhador.

Chuvas chegam em Jequié amenizando calor e poeira

Depois de um período de muito sol, calor e poeira, os jequieenses puderam, enfim, contemplar a chuva que caiu nesta tarde de sexta-feira (06), com previsão de mais chuvas para o final de semana, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) .   A população de Jequié deve ficar atenta pois, com as variações climáticas, poderá ocorrer mudanças com relação a quantidade de chuva precipitada na região, já que na quarta-feira (04), a previsão era de 40mm de chuva para este sábado (observado no Climatempo), caindo agora para 15mm, mudanças que são absolutamente normais em se tratando de natureza. Portanto, nunca é demais observar os cuidados que se deve ter com o lixo descartado, garrafa plastica, entulhos e etc.  

Após primeiro caso confirmado de homem infectado, São Paulo terá centro de contingência do coronavírus

Funcionário usa máscara no Aeroporto Internacional de Guarulhos I Foto: Roberto Casimiro Após a confirmação do primeiro caso de uma pessoa infectada com o coronavírus no Brasil - um homem de 61 anos que vive em São Paulo e tinha viajado para a Itália - o governo do Estado decidiu criar um centro de contingência. O objetivo é monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus, mas medidas mais detalhadas que serão tomadas ainda não foram divulgadas. O centro, que será presidido pelo infectologista David Uip, será composto por profissionais do Instituto Butantan, médicos especialistas das redes pública e privada, e terá a supervisão do secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann. O primeiro caso de Covid-19 no Brasil foi diagnosticado na terça-feira, 25, em um paciente do Hospital Israelita Albert Einstein. O hospital fez o primeiro exame, que depois foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência nacional para análise de am...