Foto: Agência Brasil |
O governador da Bahia, Rui Costa, disse na quarta-feira (19), que o corpo mostrado em um vídeo postado pelo senador Flávio Bolsonaro como sendo do miliciano Adriano da Nóbrega não é do ex-capitão do Bope, morto durante operação policial, este ano, em um sítio na zona rural da cidade de Esplanada, na Bahia.
Na postagem, junto ao vídeo, o senador do Rio de Janeiro escreveu: "Perícia da Bahia (do governo PT) diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros à queima-roupa (um na garganta de baixo para cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões)".
Em entrevista para jornalistas na quarta-feira, na saída de uma reunião no Senado, em Brasília, Rui Costa questionou a veracidade do vídeo.
"Como é que vou periciar um vídeo que circula na internet? Posso lhe garantir que aquilo não é nem do IML da Bahia, nem do IML do Rio. Imagens hoje, vocês que são de comunicação, editam do jeito que quiserem. Mas não são imagens dele [Adriano]. As imagens do corpo tem uma saída de bala nas costas e as costas [mostradas no vídeo] estão lisas", disse.
O governador da Bahia ainda disse que as autoridades estão investigando o caso.
"Agora, está entregue as autoridades. Eu, como democrata que sou, acredito nas instituições. Acredito no Ministério da Bahia, acredito no Ministério Público do Rio. Eles serão capazes, espero, de reafirmar e deixar claro e transparente para a sociedade todas as situações", declarou o governador.
Quando Flávio Bolsonaro fez a postagem, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, já havia dito que o vídeo "não é reconhecido como autêntico pela perícia baiana ou pela perícia do Rio de Janeiro".
Disse ainda que "as imagens não foram feitas nas instalações oficiais do instituto médico legal. Então nós temos a clara convicção de que isso é para trazer algum tipo de dúvida, de questionamento, a um trabalho que ainda não foi concluído".
O perito médico legista e diretor do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, Mário Câmara, disse "que não é possível analisar um vídeo que não foi autenticado pela perícia". "Não sabemos se foi adulterado, onde foi feito, não sabemos se o corpo é realmente do senhor Adriano."
Do G1
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