Foto: José Leomar/SVM |
Um total de 150 soldados estão na lista dos 230 policiais militares afastados por participação na paralisação da categoria no Ceará. A lista de agentes também inclui 33 cabos, 31 sargentos e 14 subtenentes. Dois agentes punidos não tiveram as patentes divulgadas. A maioria está fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro.
Desse total, 8 policiais que foram suspensos, mesmo sem participação comprovada, por convocarem as manifestações em redes sociais. Conforme a Controladoria-Geral de Disciplina, órgão que investiga e pune militares em caso de infrações e crimes no exercício da função, nos vídeos, os policiais pediam que colegas de deixassem de exercer a função em apoio à reivindicação de aumento salarial. Todos os investigados deverão entregar identificações funcionais, distintivos, armas, algemas e outros elementos que os caracterizem nas suas unidades da PM.
A Polícia Militar classificou ainda outros 77 policiais como "desertores" por faltarem a uma convocação para atuar na segurança de festas de carnaval no Ceará. Esses policiais deveriam ter se apresentado em um quartel na sexta-feira (21) para embarcar para cidades do interior do estado. No domingo, 37 militares desertores identificados foram presos.
Os policiais amotinados serão julgados na Justiça Militar e, se condenados, podem ser punidos com pena de seis meses a dois anos de reclusão. No caso dos policiais que convocaram as manifestações por meio de vídeos nas redes sociais, eles vão responder por incitação ao crime.
Punição de soldados
O sociólogo Luiz Fábio Paiva, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), comentou que, historicamente, a Polícia Militar pune os soldados com maior frequência por ser a patente mais baixa na hierarquia da corporação.
"Governo vai buscar bodes expiatórios, caçar ali o número de soldados, os mais fracos dentro da corporação, para dizer que está agindo a um problema que não é apenas desse grupo, mas um problema estrutural das polícias militares e da relação entre as polícias militares e a política", acrescentou o sociólogo.
Punição de soldados
O sociólogo Luiz Fábio Paiva, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), comentou que, historicamente, a Polícia Militar pune os soldados com maior frequência por ser a patente mais baixa na hierarquia da corporação.
A situação que está ocorrendo agora ela recai sobre os soldados porque, de fato, você tem uma estrutura amplamente desigual, né, onde você tem um oficialato que recebe um salário muito mais alto do que o praça que faz um trabalho fundamental na estrutura da polícia e esse praça, independentemente do trabalho que ele realize, ele muitas vezes não vai chegar aos cargos mais altos de comando, disse o pesquisador.
"Governo vai buscar bodes expiatórios, caçar ali o número de soldados, os mais fracos dentro da corporação, para dizer que está agindo a um problema que não é apenas desse grupo, mas um problema estrutural das polícias militares e da relação entre as polícias militares e a política", acrescentou o sociólogo.
Do G1
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