Brasileiros que vivem na China descrevem vida sob quarentena e faz apelo a Bolsonaro; Assista ao vídeo
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Foto: Reprodução/ Youtube |
"O confinamento gera uma certa ansiedade. De repente, o mundo está voltado para a cidade onde você mora, todas as notícias estão voltadas para você", diz o paulista Calebe Guerra, 28. Ele dá entrevista à BBC News Brasil de dentro do apartamento onde mora em Wuhan, na província de Hubei, na China, e de onde quase não sai mais.
Mas gostaria de sair —e ter, pelo menos, a opção de voltar a seu país de origem, como é o caso de outros cidadãos estrangeiros que moram na China. Por causa do surto do coronavírus, cujo epicentro é a província de Hubei, a cidade de Wuhan, onde vivem 11 milhões de pessoas, está fechada. Ninguém pode sair, a não ser por meio de negociações entre outros países e a China.
Agora, um grupo organizado de 58 brasileiros residentes de Wuhan —31 dos quais ainda estão na cidade— escreveram uma carta-aberta e fizeram um vídeo direcionado ao governo brasileiro pedindo que intervenha e os retire da cidade. De acordo com Guerra, a maioria dos brasileiros são estudantes —alguns dos quais chegaram ali apenas em setembro do ano passado— e há famílias. Sete são crianças. O grupo diz estar preocupado com a saúde emocional dos brasileiros vivendo essa espécie de quarentena em Wuhan.
Consultado neste domingo, 2, pela BBC News Brasil, o Palácio do Planalto não quis comentar o vídeo divulgado.
Diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Japão, Índia, entre outros, já resgataram ou iniciaram trâmites para resgatar seus cidadãos em Wuhan. Os últimos países que anunciaram repatriar cidadãos foram o Egito e a Argélia, neste domingo, 2.
O presidente Jair Bolsonaro vem até agora descartando a possibilidade de repatriação dos brasileiros. Nesta sexta, 31, ele afirmou que o governo estuda estratégias para buscar esses brasileiros que vivem na China e querem retornar ao Brasil. Mas, segundo ele, é preciso antes resolver entraves diplomáticos, jurídicos e orçamentários.
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