Ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Foto: Reprodução |
O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho chegou nesta quarta-feira (17) ao Brasil. Ele desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. na Grande São Paulo. Na semana passada ele foi alvo de um mandado de condução coercitiva, para prestar depoimento na investigação da Polícia Federal (PF) que apura possíveis irregularidades em empréstimos concedidos pelo BNDES.
Na última sexta-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Bullish, que investiga fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo BNDES, através do BNDESPar, braço de participações do banco, ao frigorífico JBS.
Há indícios de gestão temerária e fraudulenta por parte do banco e corrupção de agentes públicos. Por ordem da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, os passaportes de todos os investigados seriam apreendidos pela PF.
Os aportes, realizados de 2007 a 2011, tinham como objetivo a aquisição de empresas do ramo de frigoríficos, no valor total de R$ 8,1 bilhões. A suspeita é que o BNDES tenha favorecido a JBS, da qual a BNDESPar detém 21%.
A investigação cita, por exemplo, a compra de ações da JBS supostamente por preço superior à média na Bolsa de Valores — num desperdício de R$ 30 milhões — e o curto prazo para análise de operações financeiras por parte do banco.
Segundo a Polícia Federal, as operações de desembolso tiveram tramitação recorde após a contratação de uma empresa de consultoria ligada a um parlamentar. Segundo informações confirmadas pela TV Globo, o parlamentar é o ex-ministro Antônio Palocci. Ele, entretanto, não foi alvo de nenhum mandado nessa operação.
As transações foram executadas sem a exigência de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Segundo a PF, em 2007, a empresa tentou comprar o frigorífico americano National Beef, em uma ação de R$ 8 bilhões. Embora a transação não tenha se concretizado, o dinheiro não foi devolvido prontamente.
Além disso, há suspeita de irregularidades na compra do frigorífico Bertin, também realizada com empréstimos do BNDES. Há a suspeita de favorecimento, pois os empréstimos não eram feitos com as devidas garantias e com juros menores.
(Do G1)
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