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Os municípios de Ipiaú, Ilhéus, Jequié e Jaguaquara serão os primeiros a receber o Mutirão de Cirurgias do programa Saúde sem Fronteiras, executado pelo governo do estado. A expectativa da gestão estadual é realizar 13 mil cirurgias, dentro do período de um ano, em toda a Bahia.
Entre as intervenções estão seis especialidades: vesícula, câncer de próstata, hérnia, útero, miomas e câncer de mama. A partir do próximo dia 2 de setembro, equipes em dois caminhões com equipamentos de raios-X, ultrassonografia e eletrocardiograma começam a fazer os procedimentos pré-operatórios.
O objetivo da iniciativa é diminuir a fila de espera por uma cirurgia eletiva no interior do estado, uma vez que os municípios não têm dado conta da demanda. Nesse sentido, as prefeituras ficam responsáveis por atualizar o cadastro único dos pacientes atendidos pela rede pública nas respectivas cidades.
Depois que os municípios fizerem a atualização, o governo convocará os pacientes para os procedimentos exigidos para as cirurgias, que deverão ocorrer em hospitais da rede estadual, municipal, filantrópicos e, caso seja necessário, privados.
O Mutirão de Cirurgias foi lançado nesta segunda-feira, 15, em Salvador, no auditório do Senai-Cimatec, com a participação do governador Rui Costa, que falou para uma plateia formada por secretários e profissionais de saúde de diversas cidades do interior da Bahia.
O governador ressaltou que as cirurgias chamadas eletivas já vêm sendo feitas pelo estado desde 2012, mas, diante da demanda, optou-se por fazer o mutirão. "Esse é um programa que visa dar oportunidade àquelas pessoas que aguardam, há um tempo, na fila de cirurgias", observou.
Ainda segundo o governador, a segunda etapa da ação vai contemplar a região dos municípios que mais se mobilizarem para atualizar o cadastro de pacientes. "Vamos compensar os esforços daqueles que mais se empenharem para atender os pacientes", afirmou.
Segundo o secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, ao todo, cerca de R$ 30 milhões deverão ser investidos no mutirão por parte do governo. Já Rui Costa afirmou, ainda, que o estado pagará 50% a mais em cima dos valores das cirurgias, "para motivar as equipes médicas".
Pós-cirurgia
Também de acordo com Vilas-Boas, os pacientes receberão acompanhamento no período após a realização das cirurgias. "Isso será feito por meio do fornecimento de kits com medicamentos pós-operatórios, como forma de prover mais segurança aos pacientes", informou.
Superintendente de Atenção Integral à Saúde, Jassicon Queiroz diz que, além de passar por exames pré-operatórios, os pacientes terão consultas com cirurgiões e anestesistas. "A meta é realizar 13 mil cirurgias, número que pode chegar a 18 mil, a depender do andamento do mutirão", disse.
Secretária da Saúde em Itacaré, no sul da Bahia, a presidente do Conselho Estadual das Secretarias de Saúde da Bahia, Stela Souza, avalia como importante a iniciativa do estado. Caso haja necessidade de deslocamento dos pacientes para outros polos, os municípios assumem o transporte.
Cidade com cerca de 27 mil habitantes, Itacaré tem um média de 80 pessoas na fila de espera para fazer as cirurgias. Apesar de contar com dois hospitais municipais, os pacientes da cidade precisam viajar para municípios vizinhos, como Ilhéus e Itabuna, para fazer tais procedimentos.
"Nesse sentido, é louvável a iniciativa que o estado decidiu tomar para aliviar o gargalo que temos em diversas cidades espalhadas pelo interior", avaliou. "As cirurgias eletivas são uma carência antiga, que, muitas vezes, não tem como ser suprida pelas prefeituras", concluiu Stela Souza.
(A Tarde)
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