Treze titulares entre os 21 que compõem o Conselho de Ética já se manifestaram a favor da cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cada parlamentar tem dez minutos para falar sobre seu posicionamento em relação ao processo que entra na fase final no colegiado. Até o momento, apenas quatro titulares disseram ser contrários ao parecer apresentado no último dia 1º pelo relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), que pede o afastamento de Cunha.
O conselho ainda vai ouvir quatro deputados não integrantes do colegiado, que terão cinco minutos para se manifestar, e líderes partidários. Logo que os debates forem encerrados, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), vai dar início à votação que será registrada no painel da sala de reuniões, caso não sejam apresentados requerimentos para adiamento da votação.
Favorável à cassação, Júlio Delgado (PSB-MG) lembrou que a representação foi apresentada em novembro e destacou que nesses oito meses de tramitação foram 14 mudanças na composição do conselho. Adversários de Cunha atribuem as mudanças nas cadeiras a estratégias do peemedebista para engrossar o time a seu favor e garantir que o mandato seja mantido. Nos últimos dias, aliados de Eduardo Cunha, entre eles Manoel Júnior (PMDB-PB), também deixaram o conselho. No lugar do parlamentar foi indicado Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), que hoje renunciou à vaga, menos de 24 horas depois de indicado.
Cunha é acusado de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, quando negou a existência de contas no exterior em seu nome, o que poderia caracterizar quebra de decoro parlamentar. O deputado, que foi o responsável por sua defesa no colegiado, negou ser o titular das contas e afirmou que é apenas beneficiário dos recursos advindos de trustes. Ele disse que essa situação ficou “comprovada na instrução do processo no conselho”.
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