Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil |
Negociando uma delação premiada, ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto confirmou pagamentos de propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerado seu padrinho político. Indicado ao cargo por Cunha, Cleto negociou uma delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR) após ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, em dezembro do ano passado. Caso seja confirmada a denúncia, será a sétima vez que Eduardo Cunha é citado em depoimentos da Lava Jato. Nessas denúncias preliminares, o ex-vice da Caixa confirmou que houve os pagamentos de propina a Cunha já relatados pelos delatores da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior. De acordo com os delatores, o presidente da Câmara cobrou R$ 52 milhões de propina em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, do qual a Carioca Engenharia obteve a concessão em consórcio com as construtoras OAS e Odebrecht. "O congressista [Cunha] tinha comprovada conexão com Fábio Cleto, então vice-presidente da instituição financeira federal e membro do conselho curador do FGTS", escreveu Janot em fevereiro, ao abrir um inquérito contra Cunha sobre o caso. Em eventual afastamento da presidente Dilma Rousseff, Cunha será o segundo na linha sucessória presidencial. O deputado já é alvo de duas denúncias da Lava Jato, nas quais foi acusado de recebimento de propina. "Não conhecemos a delação", afirmou a assessoria de Cunha, que já havia negado seu envolvimento com a Carioca Engenharia.
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