Pela primeira vez um
chefe do tráfico de uma comunidade carioca não pacificada rendeu-se às
autoridades. Cristiano Santos Guedes, o "Puma", não é dos traficantes
mais conhecidos, mas ele estava foragido há dois anos, tem quatro mandados de
prisão pendentes e liderava o movimento no Morro da Quitanda, em Costa
Barros, na Zona Norte. Na mesma área, uma mulher de 19 anos morreu vítima de
bala perdida na terça-feira (26). Ao ser apresentado à imprensa na tarde desta
quarta-feira (27), na secretaria de Segurança Pública do Rio, "Puma",
da facção "Amigo dos Amigos", apontou a política de pacificação do
secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, como fator fundamental
na decisão de se entregar. "Eu sei que a pacificação pode chegar lá na
região que eu comandava. É melhor me render do que correr o risco de ser morto
em confronto. Além disso, não aguentava mais ficar escondido. Saí da cadeia, em
semiaberto, há mais ou menos uns cinco anos. Vivo escondido desde então. Tenho
sete filhos e quero vê-los crescer, acompanhá-los. É melhor pagar o que devo
logo e depois ter liberdade para cuidar da minha vida como uma pessoa
comum", apontou o criminoso. Seu contato com as autoridades foi através da
ONG AfroReggae. "É melhor sair agora do que deixar para largar esta
vida mais tarde, com grande chance de ser morto", acrescentou. (JB)
A facilidade de acesso e o baixo custo do crack estão fazendo com que a droga se alastre pelo País. Uma pesquisa divulgada na segunda-feira (7) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que o crack está substituindo o álcool nos municípios de pequeno porte e áreas rurais. Nos grandes centros, uma pedra de crack custa menos de R$ 5. Dentre os 4,4 mil municípios pesquisados, 89,4% indicaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território e 93,9% com o consumo. O uso de crack é algo comum em 90,7% dos municípios.”Verificamos que o uso de crack se alastrou por todas as camadas da sociedade, a droga que, em princípio, era consumida por pessoas de baixa renda, disseminou-se por todas as classes sociais”, aponta a pesquisa. O relatório mostra que 63,7% dos municípios enfrentam problemas na área da saúde devido à circulação da droga. A fragilidade da rede de atenção básica aos usuários, a falta de leitos para a internação, o espaço físico inadequado, a ...
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