A reportagem de A TARDE flagrou, em um único final de semana, situação de total informalidade no abate, tratamento, distribuição e venda de carne vermelha em municípios do interior da Bahia. Sem controle sanitário, o produto traz riscos à saúde da população, exposta a infecções, diarreias e botulismo. É uma vulnerabilidade que alcança seis milhões de consumidores na Bahia, cerca de 43% dos 14 milhões de habitantes do Estado, segundo cálculos do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sincar), disponíveis em relatório sobre produção bovina baiana publicado este ano. O relatório revela que mais de 215 mil toneladas de carne bovina são provenientes de abate clandestino ou ilegal. No ano passado, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) contabilizou 1,11 milhão de bovinos abatidos em frigoríficos inspecionados, o que representa 51,4% dos 2,14 milhões de cabeças de gado prontas para abate (o chamado desfrute, calculado em 20,4% pelo IBGE e a empresa Scot Consultoria) em 2010 no Estado. O restante, 1,03 milhão de cabeças de gado, teria sido abatido clandestinamente. O diretor de inspeção da Adab, Adriano Bouzas, diz que esse índice de desfrute é menor, de 16% do total de 10,4 milhões de cabeças de gado do rebanho baiano. Assim, 1,66 milhão de bovinos estariam prontos para abate, reduzindo a diferença em relação ao total inspecionado para 500 mil. “O abate clandestino está em torno de 35% a 40%”, avaliou. É um índice menor, mas não menos preocupante, ante as consequências na saúde pública. A situação também significa prejuízos econômicos à indústria e ao comércio. Pressionadas pelo Ministério Público, autoridades começam a articular ações para solucionar o problema. O governo do Estado apresentou, há uma semana, uma política para oferecer “carne segura da produção ao consumo” aos baianos, que prevê a construção de entrepostos frigoríficos para receber a carne vinda de abatedouros legalizados. Apesar de elogiado, a implementação do plano depende de recursos a serem obtidos no orçamento da União de 2012.
A facilidade de acesso e o baixo custo do crack estão fazendo com que a droga se alastre pelo País. Uma pesquisa divulgada na segunda-feira (7) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que o crack está substituindo o álcool nos municípios de pequeno porte e áreas rurais. Nos grandes centros, uma pedra de crack custa menos de R$ 5. Dentre os 4,4 mil municípios pesquisados, 89,4% indicaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território e 93,9% com o consumo. O uso de crack é algo comum em 90,7% dos municípios.”Verificamos que o uso de crack se alastrou por todas as camadas da sociedade, a droga que, em princípio, era consumida por pessoas de baixa renda, disseminou-se por todas as classes sociais”, aponta a pesquisa. O relatório mostra que 63,7% dos municípios enfrentam problemas na área da saúde devido à circulação da droga. A fragilidade da rede de atenção básica aos usuários, a falta de leitos para a internação, o espaço físico inadequado, a ...
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