A população de Itabuna foi convocada para participar, neste sábado,8, a partir das 10 horas, da Marcha das Vadias, um protesto que reúne movimentos sociais e de estudantes e vai percorrer as ruas centrais da cidade, com o objetivo de alertar contra todas as formas de violência contra a mulher. A marcha é também uma denúncia contra a "culpabilizacão da mulher vítima de violência", diz a professora da Uneb, Daniela Galdino. Segundo ela, ainda é preciso fazer um movimento com bandeiras tão semelhantes às que foram levantadas 40 anos atrás (pelo movimento feminista), mas é impossível ignorar os 1.305 casos de violência registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Itabuna, de janeiro até o último dia 3 de outubro. Segundo as duas professoras, a idéia vigente é de que a mulher provoca a violência contra si mesma, mas não se educa o agressor ou estuprador, quase sempre pai, familiar ou amigo da vítima. Dados dos Conselho Estadual dos Direitos da Mulher indicam que apenas 8% dos agressões são praticadas por estranhos. A marcha ainda propõe a discussão sobre a divisão do trabalho social da mulher, já que o espaço dela continua sendo doméstico, embora haja um número cada vez maior de mulheres independentes financeiramente, o que causa uma sobrecarga. “A questão é que, mesmo independente, a mulher continua dependente social e afetivamente”, destaca. Segundo dados do Disque Denúncia (180), 67% das mulheres ameaçadas no Brasil têm independência financeira. A Marcha das Vadias em Itabuna é a primeira a acontecer numa cidade do interior do Nordeste, mas já houve em algumas capitais do país. O movimento é internacional e já ocorreu em sete países. Começou em abril passado, em Toronto, Canadá, após um policial ter feito uma palestra em uma escola e advertido as alunas para se vestirem com decência, para assim evitar agressões.
(A Tarde)
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