Menos da metade dos pacientes que dão entrada em centros médicos devido a problemas cardiovasculares recebe prescrição para todos os medicamentos recomendados – o que poderia evitar um novo infarto. O dado alarmante foi revelado pelo primeiro registro cardiovascular já feito no Brasil. De autoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o levantamento mapeou tratamentos, atendimentos e o cumprimento de diretrizes em centros médicos no Brasil. Divulgada no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Porto Alegre, que termina nesta segunda-feira, a pesquisa aponta ainda uma discrepância significativa entre as regiões do país. Norte, Nordeste e Centro-Oeste registraram 7,8% de mortes no total de atendimento a pacientes com problemas no coração, enquanto Sul e Sudeste, 3,2%. De acordo com Jorge Ilha Guimarães, presidente da SBC, o levantamento mostra que as diretrizes estabelecidas pela sociedade não são seguidas. "Em alguns casos, isso acontece porque a estrutura não permite que o médico cumpra as diretrizes; em outros, porque ele não as conhece ou não foi treinado para segui-las", diz. As diretrizes – procedimentos que servem de modelo para o atendimento – são o norte da prática de um cardiologista. Desvios no cumprimento das normas podem significar mau atendimento ou mesmo a morte de pacientes. Segundo o levantamento, isso acontece pela falta de investimento financeiro e humano em saúde. Enquanto algumas regiões detêm não só os maiores investimentos, mas também os profissionais mais qualificados, outras precisam lidar com a precariedade da saúde pública local. Infartos – Entre os procedimentos analisados no levantamento, está a reperfusão coronária, feita para desobstruir as artérias após um infarto. Na região Sul, os índices de realização do método chegam a 85,3%, enquanto no Nordeste, que detém a menor taxa, é de 61,2%. "Os procedimentos após um infarto são essenciais para que não aconteça uma segunda ou terceira vez", diz Guimarães. A prescrição de betabloqueadores e inibidores da IECA (um medicamento para o controle da hipertensão) também se mostrou inferior ao recomendado. Como esses remédios podem ser usados para o tratamento e para evitar a recorrência de novos infartos, a baixa indicação é motivo de preocupação. Mas há ainda pontos positivos, como a prescrição elevada de estatinas na admissão, uma droga de referência no controle dos níveis de colesterol – um fator de risco ao infarto. Dados – O levantamento da SBC analisou dados de 2.498 pacientes, divididos em 45 centros espalhados em todas as regiões do país – a prevalência, no entanto, foi no Sudeste, com 59,3% das amostras. O estudo foi feito em centros que atendiam apenas pacientes do Sistema Único de Saúde (28%), saúde suplementar (40,8%) ou a ambos (31,2%). Dos hospitais analisados, 59% atendiam o SUS. (Veja)
A facilidade de acesso e o baixo custo do crack estão fazendo com que a droga se alastre pelo País. Uma pesquisa divulgada na segunda-feira (7) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que o crack está substituindo o álcool nos municípios de pequeno porte e áreas rurais. Nos grandes centros, uma pedra de crack custa menos de R$ 5. Dentre os 4,4 mil municípios pesquisados, 89,4% indicaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território e 93,9% com o consumo. O uso de crack é algo comum em 90,7% dos municípios.”Verificamos que o uso de crack se alastrou por todas as camadas da sociedade, a droga que, em princípio, era consumida por pessoas de baixa renda, disseminou-se por todas as classes sociais”, aponta a pesquisa. O relatório mostra que 63,7% dos municípios enfrentam problemas na área da saúde devido à circulação da droga. A fragilidade da rede de atenção básica aos usuários, a falta de leitos para a internação, o espaço físico inadequado, a ...
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