Policiais confrontam estudante durante primeiro dia de greve geral, na quarta (24)(Foto: Roberto Candia / AP)
Após o primeiro dia da tentativa de greve geral de 48 horas no Chile, que deixou um saldo 348 detidos e 36 feridos, mais alguns distúrbios foram registrados no período da noite em bairros de Santiago. Durante o dia, na Avenida Alameda, estudantes da Universidade do Chile confrontaram-se com a polícia, enquanto que em ao menos três pontos da capital foram registrados barricadas e pneus incendiados, conforme reportou à AFP uma fonte da polícia, que qualificou os distúrbios como "isolados". O país ficou parcialmente paralisado nesta quarta-feira, no primeiro dia de greve nacional de 48 horas convocada pela maior central sindical do país, a Central Unificada dos Trabalhadores (CUT). A greve obteve a adesão de sindicatos, estudantes, professores, partidos políticos de esquerda e até mesmo de algumas empresas privadas. Três meses de protestos - O país vive há mais de três meses uma greve de estudantes e professores do ensino médio e universitário, que pedem educação pública gratuita e de qualidade, e agora a greve estendeu-se para outros setores. As reivindicações vão desde a redução dos preços dos combustíveis até uma reforma na Constituição, passando por uma mudança no Código de Trabalho. Além disso, especula-se sobre a possibilidade de a greve se transformar em um levante generalizado para derrubar o governo do direitista Sebastián Piñera. "Tivemos 348 detidos em todo o Chile, fruto das desordens que (as greves) produziram", disse à imprensa o ministro porta-voz do governo, Andrés Chadwick, em um balanço do dia de greve. Chadwick completou que os confrontos entre manifestantes e policiais deixaram um total de 36 feridos - 19 policiais e 17 civis - "todos eles com ferimentos leves". Mesmo assim, o porta-voz do governo afirmou que a greve foi injustificada. Esta quinta-feira será o segundo dia dessa greve de 48 horas durante a qual ocorrerá um protesto nas ruas centrais de Santiago, que foi autorizado pelo governo. "O governo está empenhado em aparentar normalidade, quando todo o país sabe que não há normalidade hoje", afirmou Arturo Martínez, presidente da CUT, o maior sindicato do país, que reúne 10% da força de trabalho nacional. (G1)
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