A Alemanha celebrou neste sábado os 50 anos da construção do Muro que dividiu a cidade de Berlim em duas partes antagônicas durante 28 anos, separando famílias e amigos para se tornar o símbolo da divisão da Europa durante a Guerra Fria. A cerimônia começou cedo com a leitura de biografias de pessoas mortas ao pé do Muro, antes que todos os trens nas estações fossem parados e os sinos das igrejas tocassem, exatamente ao meio-dia. Estes mortos "não são as únicas vítimas deste Muro", estimou o presidente alemão, Christian Wulff, durante a cerimônia. "Atrás dele, milhões de pessoas tiveram que renunciar a viver como queriam", acrescentou. Este evento tem "um grande significado humano e político", declarou a berlinense Isabella Hodalski. No dia 13 de agosto de 1961, o regime comunista da Alemanha Oriental começou a erguer este muro de cimento em Berlim. O muro, de 3,6 metros de altura e dotado de 302 torres de observação, estendeu-se ao longo de 155 km, dos quais 43 dividem em dois a capital alemã. Entre 1961 e 1989, mais de 100 mil pessoas tentaram fugir da RDA atravessando a fronteira entre as duas Alemanhas ou o Muro de Berlim. Mais de 5 mil conseguiram fugir para Berlim Ocidental. Ao menos 136 pessoas morreram aos pés do Muro. O Muro caiu 28 anos, dois meses e 27 dias mais tarde, com a queda do bloco soviético. No dia 9 de novembro de 1989, os berlinenses voltaram a se reunir da mesma forma como se separaram no dia 13 de agosto de 1961: com lágrimas nos olhos.
(JB)
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