A burocracia e a lentidão são as características de quem cuida do trânsito no Brasil. Em certas decisões o impacto direto na vida dos cidadãos motorizados passa longe de qualquer traço de respeito. Todos sabem que a indisciplina campeia entre motoristas e pedestres, mas o bom exemplo deve vir de cima. Ausência de racionalidade ou exigências estapafúrdias é o caminho certo para mais problemas do que soluções. Multas injustas, por exemplo, alimentam as críticas sobre o interesse maior em arrecadar do que melhorar a segurança. Uma das maiores incongruências ocorreu quando o Contran regulamentou as informações que devem constar nos autos de infração, deixando omisso a obrigatoriedade de indicar modelo e cor. Marcas mais tradicionais podem ter 20 ou mais modelos entre os atuais e os que já saíram de produção. A regulamentação foi feita depois de denúncias de que multas eram aplicadas apenas com a anotação da placa e as demais características simplesmente copiadas do registro do veículo. Alfredo Peres da Silva, presidente do Contran e diretor do Denatran até dezembro passado, tentou colocar um pouco de ordem e assinou 186 resoluções em cinco anos, resolvendo falhas e omissões que se perpetuavam. Com a influência política negativa e sem autonomia de uma autarquia com recursos próprios é difícil o Denatran funcionar como órgão máximo executivo de trânsito. Isso leva a programas mal formulados, como os de controle da frota e bloqueadores remotos de veículos furtados ou roubados.
(Bahia Já)
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